A minha primeira semana em Frankfurt (Oder) pode bem ser resumida numa só palavra: pânico.
Tudo começou no primeiro dia, na viagem entre Hamburgo (onde aterrei) e Frankfurt. O plano era simples: apanhava o comboio até Berlim e aí trocaria para um que me levaria ao tão desejado destino. O bilhete fora comprado umas semanas antes, de forma a assegurar um preço adequado ao orçamento que tinha disponível para a viagem, e era acompanhado por um documento com informações acerca do itinerário, nomeadamente, as estações de embarque e desembarque e as respectivas horas de partida e chegada e plataformas. Era claro, pensava eu: apenas teria de trocar uma vez, em Berlim.
Mas claramente, não era assim tão claro. Após sair em Berlim, dirigi-me à plataforma onde apanharia então o comboio para Frankfurt. No documento estava implícito que não era necessário trocar novamente, pelo que não me preocupei em verificar onde Fürstenwalde (estação-destino do comboio) era. Assumi que era após Frankfurt. Assumi mal. Quando dei por mim, tinha chegado a Fürstenwalde e sem sinal de Frankfurt. Tinha a certeza que nenhuma das estações pelas quais o comboio tinha passado era Frankfurt. E tinha a certeza que, onde eu estava, não era Frankfurt.
Estava em pânico. Estava frio, era de noite e sabia que não chegaria no comboio que era expectável chegar. Mandei mensagem ao meu namorado (que é alemão), mas nada. Provavelmente, ainda estava no comboio e sem rede, pensei eu. Pensei mandar mensagem às pessoas da instituição de acolhimento, mas sabia que provavelmente receberia uma resposta em alemão, o que não me ajudaria nesse momento. Tentei então perguntar a alguém na estação. Ninguém falava inglês, pelo que o meu alemão (cof cof) teria de ser suficiente. Sabia dizer o nome da cidade para onde queria ir, plataforma (porque estava escrito no documento do itinerário) e os números.
Foi suficiente e, ainda que atrasada, cheguei a Frankfurt.