primeiro dia (parte dois)
Quando cheguei a Frankfurt (Oder) passavam já 45 minutos da hora prevista inicialmente. Estava planeado ter alguém à minha espera, mas não sabia quem e, muito menos, como eram. Olhei em redor da plataforma, mas nada. Não havia ninguém com cara de quem esperasse alguém. Sabia que tinha dito em que plataforma chegaria. Pânico. Será que se tinham esquecido de mim? Será que não se tinham esquecido, mas assumiram que não vinha? No fim de contas, estava 45 minutos atrasada e não tinha enviado qualquer mensagem a avisar...
Após certificar-me que não havia qualquer pessoa na plataforma, decidi então descer até à entrada da estação. Sentia incerteza e, principalmente, receio. A verdade é que não tinha conhecimento do aspecto físico das pessoas que me esperariam e receava que elas também não o tivessem acerca de mim. Para além disso, assombrava-me a ideia que não teria ninguém à minha espera. Era tarde, a bateria do telemóvel estava prestes a acabar e já tinha tido provas que afinal nem todos os alemães falavam inglês - pânico, outra vez.
Ao aproximar-me da entrada, avistei duas pessoas a olharem fixamente para mim. As suas caras diziam que esperavam alguém, mas não sabiam quem. Presumi que fosse eu e dirigi-me então a elas. Traziam um ramo de flores e um sorriso que foi mais que suficiente naquele momento. Quando chamaram pelo meu nome, sorri de volta e senti um alívio tão grande, que todo o cansaço, fome e sono que sentia até então tinham desaparecido. Estava radiante!
Levaram-me até ao hostel onde ficaria hospedada durante o tempo de voluntariado. Mostraram-me o meu quarto e a casa-de-banho e encomendaram pizza para que eu pudesse finalmente jantar. Após terem a certeza que estava tudo bem comigo, disseram-me para estar pronta às 10 da manhã e desejaram-me Gute Nacht! (= Boa noite!). O cansaço acabou então por levar a melhor e, poucos minutos após a sua saída, adormeci.